O processo de trabalho capitalista e a dinâmica das fábricas recuperadas
Unisinos
Aline Mendonça dos Santos, 2007
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Resumo :
Em resposta à crise capitalista, trabalhadores (prestes a ficarem desempregados) resistiram e assumiram em- presas em processo falimentar, em uma perspectiva coletiva e autogestionária. Conhecidas como “Fábricas Recuperadas”, essas experiências defrontam-se freqüentemente com obstáculos, pois, mesmo apontando para uma outra perspectiva de trabalho, as fábricas sofrem pressões exercidas pelo mercado, pelos critérios de produtividade impostos pelas formas de organização do trabalho, etc. Decorre daí um espectro de contradi- ções que precisa ser devidamente considerado para compreender o potencial que detêm essas experiências para o desenvolvimento das “novas” relações sociais de produção. Diante dos fatos, questiono: em que medida tais experiências poderão constituir os fundamentos de um novo modo de produção, orientado por uma nova racionalidade econômica solidária? Será que a dinâmica diferenciada desses empreendimentos são novas ba- ses de reprodução do capitalismo? Motivada por essa reflexão, no trabalho que aqui apresento, faço uma apre- ciação das fábricas recuperadas (visitando estudos de casos realizados no Brasil, no Uruguai e na Argentina), partindo da análise de Marx sobre o processo de trabalho capitalista.